Os pastores de Cristo devem conduzir o rebanho de acordo com as Sagradas Escrituras, levando a Igreja a uma vida de santificação e de pureza.

Pastor: Em termos eclesiásticos, é o supervisor do rebanho. Sua principal função é administrar a Igreja de Cristo.

 

Pastor de ovelhas! Assim Davi comparou Deus no trato com o seu povo. De tal maneira ficou a imagem cristalizada na alma hebréia, que todos os seus guias passaram a ser vistos como pastores. O rei não era somente rei; era um pastor; sua obrigação: conduzir os israelitas ao regaço divino. Diz-se o mesmo do sacerdote e do profeta. Interceder é pastorear; e profetizar tem muito a ver com os ofícios de pastor conforme mostra-nos Jeremias e Ezequiel.

Infelizmente, foram os líderes de Israel esquecendo-se de suas responsabilidades. Estando já a nação fortalecida e desfrutando já de riquezas e abastanças, começaram os membros da família real e da casa sacerdotal a se portarem como meros soberanos e pontífices, menosprezando as necessidades do povo. Por isso, levanta o Senhor o profeta Jeremias, a fim de protestar contra o descaso com que os pastores de Israel e Judá tratavam suas ovelhas. Por haverem desprezado o redil que Deus lhes confiara, os hebreus estavam para ser desalojados de sua herança.

Que o Cristo de Deus nos ajude a cuidar de suas ovelhas. E que nenhuma se perca; cada pedacinho delas é precioso aos olhos do Senhor (Am 3.12).

 

I. O QUE É UM PASTOR

 

Nas Escrituras do Novo Testamento, o pastor é visto como o administrador do rebanho de Cristo (1 Pe 5.1-8). Sua função é conduzir os santos ao Senhor Jesus, dispensando a estes os meios da graça.

1. Obrigações do pastor. A principal obrigação do pastor é apascentar e guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. O ofício pastoral inclui duas coisas básicas: a oração intercessória e a ministração da Palavra de Deus (At 6.4).

Deve o pastor, por conseguinte, agir em relação às ovelhas tanto como sacerdote quanto como profeta. É sacerdote quando as apresenta a Deus em oração; e quando lhes fala a Palavra de Deus é profeta. Que os pastores jamais nos esqueçamos deste conselho de Bernard Ramm: “A tarefa fundamental de um pastor, na pregação, não é ser brilhante ou profundo, mas é ministrar a verdade de Deus”.

 

 SINOPSE DO TÓPICO (I)

 O pastor deve apascentar e guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. 

 II. OS PASTORES DE ISRAEL

 No Antigo Testamento, pastores eram considerados os reis, os profetas e os sacerdotes. Assim também podemos considerar os patriarcas que, à semelhança de Abraão, tinham como missão guiar seus filhos na disciplina, a fim de que andassem como povo de Deus (Gn 18.19).

1. Os reis. O primeiro rei messiânico de Israel foi tirado de entre as ovelhas a fim de pastorear o seu povo (1 Sm 16.11). Segue-se, pois, que o monarca israelita, para ser bem-sucedido, haveria de ter uma alma de pastor. Na literatura profética, eram os reis vistos por Deus como os pastores de seu povo (Ez 34.5). Até um rei gentio foi designado por Deus para atuar como pastor dos filhos de Israel (Is 44.28).

2. Os sacerdotes. Também estes eram considerados pastores de Israel, principalmente os da casa de Arão, o sumo sacerdote de Deus (Is 61.6). A eles também os profetas dirigiram pesados reptos, pois, naquela crise, ao invés de pastorearem o rebanho de Deus, puseram-se a apascentar a si próprios (Jr 2.8). (Leia Ezequiel 34).

3. Os profetas. Não resta dúvida de que os verdadeiros profetas de Deus sempre atuaram como legítimos pastores de Israel. Aliás, o profeta Amós foi vocacionado estando entre os pastores (Am 1.1).

Infelizmente, os ímpios reis hebreus, sabendo da grande influência dos profetas sobre o povo, resolveram criar uma classe do funcionalismo estatal, cuja função era justamente mentir. E, mentindo, combatiam eles os legítimos mensageiros de Deus. Haja vista o que acontecia em Jerusalém no tempo de Jeremias (Jr. 2.8; 5.13; 26.8). E foram estes falsos profetas que, juntamente com seus patrões, levaram Judá à ruína.

Que isto jamais aconteça conosco! Fomos chamados para pastorear o rebanho, e a este devemos anunciar todo o conselho de Deus (At 20.27). Ai de nós se fugirmos à nossa responsabilidade! Como haveremos de comparecer ante o tribunal de Cristo? 

 SINOPSE DO TÓPICO (II)

 Os reis, sacerdotes e profetas eram negligentes e não apascentavam o povo de Deus. 

 III. ISRAEL FOI DESTRUÍDO POR LHE FALTAR VERDADEIROS PASTORES

 Os pastores de Israel, ao invés de lhe anunciarem a Palavra de Deus, e conduzi-lo de conformidade com os preceitos divinos, desviaram-no com suas mentiras e falsidades.

Vinha o profeta de Deus e exortava o povo a emendar seus caminhos; caso contrário, haveria o Senhor de destruir Jerusalém, e levar o povo em cativeiro. Os reis, porém, acionavam os falsos profetas que lhes anunciava uma paz que não existia:“E curam a ferida da filha de meu povo levianamente, dizendo: Paz, paz; quando não há paz” (Jr 8.11).

Lamentavelmente muitos púlpitos estão assim nos dias de hoje. Ao invés de se pregar a urgência de um avivamento e a necessidade de se ter uma vida santa diante de Deus, os falsos mestres e profetas apregoam uma paz que não é paz, uma prosperidade que nunca foi prosperidade. E o resultado não poderia ser mais desastroso para o povo de Deus.

À semelhança daqueles pastores de Israel, os mercenários estão a afugentar as ovelhas de Cristo e a dispersar o rebanho que nos confiou o Senhor Jesus. Como será triste ouvir do Sumo Pastor este repto: “Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o SENHOR!” (Jr 23.2).

Como pastores de Cristo, temos de conduzir o rebanho de acordo com as Sagradas Escrituras. É chegado o momento de conscientizarmos o povo de Deus a buscar um poderoso avivamento para que não fiquemos envergonhados quando do arrebatamento da Igreja. Levemos também a Igreja a uma vida de santificação e de pureza, e que não saiamos por aí a apregoar uma paz que não é paz, e uma prosperidade que não passa de miséria. 

 SINOPSE DO TÓPICO (III) 

Os pastores de Cristo devem conduzir o rebanho de acordo com as Sagradas Escrituras, levando a Igreja a uma vida de santificação e de pureza. 

 IV. OS DEVERES DAS OVELHAS 

Se os pastores têm deveres para com as ovelhas, as ovelhas de igual modo têm deveres e compromissos para com os seus pastores. Doutra forma, como os pastores poderiam conduzir o rebanho de Cristo? Vejamos o que devem fazer as ovelhas em relação aos seus pastores.

1. Honrar os pastores. “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hb 13.7).

2. Obediência. “Obedecei aos vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil” (13.17).

3. Contribuição à Obra de Deus. “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3.10). 

 SINOPSE DO TÓPICO (IV) 

As ovelhas têm deveres e compromissos para com os seus pastores. 

 CONCLUSÃO 

É chegado o momento de imitarmos o Sumo Pastor. No capítulo dez do Evangelho de João, fala o Senhor Jesus de seu ofício como o pastor enviado por Deus para tanger as ovelhas perdidas da Casa de Israel e as que se achavam em outros apriscos, para que haja um só rebanho — a Igreja.

Busquemos as almas perdidas. Reconduzamos ao aprisco as ovelhas desgarradas. Cuidemos das fracas e débeis. Afinal, um dia compareceremos diante do Sumo Pastor para prestar contas do rebanho que nos confiou Ele. Quanto às ovelhas, que honrem os seus pastores, devotando-lhes perfeito amor.

 

VOCABULÁRIO

Funcionalismo Estatal: A classe dos funcionários públicos.
Redil: Aprisco de ovelhas.
Regaço: Abrigo.
Repto: Oposição.
Tanger: Tocar as ovelhas para estimular a caminhada.
  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

GONÇALVES, J. As ovelhas também gemem. 1.ed. RJ: CPAD, 2007.
BEVERE, J. Assim diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1.ed. RJ: CPAD, 2006.